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quarta-feira, 20 de março de 2013

MODELOS DE FORTES (FORTE APACHE)

Resolvi colocar este post porque recebi uma crítica muito bem vinda sobre alguns detalhes nos meus fortes. Sendo assim, vou esclarecer como faço e como podem ser feitos os fortes e outras peças.

1) Eu tento trabalhar com o gosto dos clientes. Antes de aceitar uma encomenda, eu avalio vários itens, como tamanho, tipo de construção e principalmente o trabalho envolvido. Troco vários e-mails antes de começar a trabalhar e vou mandando fotos e relatos de como está ficando o brinquedo.Entra ainda a questão do envio pelo correio ou transportadora.

2) O cliente sempre tem razão, portanto faço como ele me pede. A exceção fica para coisas que não são possíveis de serem feitas ou ficam num custo inacessível para o comprador.

3) Faço dois tipos e trabalho: brinquedos e miniaturas. O primeira tem um custo mais baixo devido ao tempo que leva para aprontar tudo. São coisas mais simples, embora trabalhosas. As miniaturas são mais fiéis, podendo ser totalmente fiéis em todos os sentidos, como uma escala perfeita. Nesse tipo de trabalho, o tempo dispendido é muito maior e o emprego de materiais e ferramentas o torna caro.

4) Não gosto de dar alguns acabamentos, como pinturas. Deixo isso para o gosto de cada um. Já vi cliente que pintou o forte de amarelo e os telhados de vermelho. Uns gostaram, outros acharam muito feio. Eu não acho nada.

5) A madeira que trabalho é de um estoque de tábuas e aparas. Tudo madeira adequada aos trabalhos. Não se encontra madeira de lei em qualquer lugar. Eu cato tudo que posso por aí e compro sempre que encontro. Minha preferida são o cedro (caríssimo), a cerejeira (não se encontra mais) e a canela amarela (raríssima). Tenho estoques de várias delas, mas não vão durar para sempre. Os últimos fortes foram de uma variedade de cedro conhecida como cedrinho, que já foi muito barato e hoje começa a ficar caro. Pinus   eliots eu uso, mas somente tratado e porque ganhei algumas tábuas. É mole demais para trefilar (deixar redondo) e muito tóxico para quem corta ou lixa. Uso agora somente para passarelas.

Basicamente é isso aí. Reforço somente que tenho por padrão forte com 40 cm x 35 cm, duas guaritas sobrepostas na amurada, portão de uma ou duas folhas, duas escadas, casinha, trave para cavalos e mastro. São acessórios e encomendados a parte: estábulos, casinhas, poços, escadas e qualquer outra coisa possível de ser fabricada. Não costumo fornecer figuras (soldados, índios e cowboys) mas posso reconsiderar. Disponho sempre de um jogo de 12 soldados e doze índios para mandar junto. São figuras Britains Deetail compradas na Argentina.

Quanto ao custo disso tudo, eu acabo cobrando conforme o trabalho. Ressalto porem as dificuldades de fazer um forte nesse padrão, além do custo do equipamento. Eu ainda não paguei boa parte dele fazendo isso. A última ferramenta que comprei foi uma lixadeira de cinta + um jogo de lixas, cujo total foi de R$ 500,00. A serra de mesa está hoje em torno de R$ 2000,00. Somam-se a isso martelos, serras de meia esquadria, formões, furadeiras, pregos e parafusos, esquadros, muita cola e o mais caro: o local para trabalhar.

Se me perguntam porque faço isso se não dá lucro eu respondo que é pelo prazer de fazer e agradar a alguém que queira ter algo único. Nenhum forte é igual ao outro. Sempre me disponho a fabricá-los diferentes. Se me encomendarem dois iguais, até pode ser.

Pouca gente sabe, mas ano passado quase perdi o movimento do braço na fabricação de um forte. Na verdade corro risco de perder os dedos toda vez que ligo a serra. Aconteceu que um pedaço de madeira estava rachado e foi arremessado pela lâmina em alta rotação contra meu ante-braço. O estilhaço, da largura e tamanho de um lápis penetrou três centímetros e por pouco não atingiu nenhum nervo ou artéria. Retirei imediatamente e pouco tempo depois tive que tomar muito analgésico. Por sorte fiquei bom e duas semanas. Esse não foi primeiro pedaço arremessado nem será o último.


3 comentários:

  1. Ola:

    Li o que escreveu sobre como confecciona seus fortes. Raro os profissionais que chegam e colocam
    situações como você expos. Não deixa de ser um sinal de que você é um profissional diferenciado e sinceramente faço votos que possa aumentar a base de clientes.
    Você citou que corre riscos em razão de uso de serra. Não é o caso de consultar materias sobre segurança no trabalho ou até o caso de procurar profissional de segurança no trabalho pra te orientar?
    0bs: Já fiz trabalho artesanal - nao forte apache- e tive dores nos ombros e braços. Tive que parar.
    Obs 2: Se me permite uma sugestão, já pensou em usar material alternativo para fazer forte apache? Posso te sugerir algo ligado a tubos de papel, de revista ou jornal? Te digo isso porque tenho um projeto de forte apache de papel que esta parado no momento precisando de ajustes, mas que bem ou mal sai.Pode e deve ser muito melhorado. Se gostou da minha ideia, pode pesquisar na internet artesanato em jornal e papel.Até porque se conseguir pelo menos tentar,
    vai ver que é um material mais barato, menos arriscado de trabalhar, ecologicamente correto
    menos arriscado de causar machucados tanto em quem faz como o usuario final, fora que se tem algo quebrado, dependendo do que for o dono do forte de papel pode reparar o problema!
    Continue construindo fortes, mas com segurança hein!

    Obs 3: O site do marcos guazzelli tem sido inspiração para um pessoal. Voce e o seu blog, eu com meu inacabado forte apache de papel, uma galera que faz trabalhos artesanais e outros que colecionam.

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    1. Muito obrigado por seu comentário. Bom, respondendo às suas questões, eu já lido com esses materiais desde pequeno. O acidente se deu em razão de uma fissura no lado errado da madeira. Não notei na hora. Agora tomo vários cuidados. Em serras de alta rotação estamos sujeitos a isso. O bom seria ter uma serra-fita. Só que fui ver e custa R$ 1900,00.
      O papel é legar, mas eu curto mesmo madeira. Além disso, o pessoal quer mesmo é de madeira. Eu poderia fazer em formas e usar polímeros, mas não querem, querem a madeira. Se eu fizer como os antigos, terei ainda mais procura, mas o preço das máquinas não compensa.
      Quanto ao site do Guazzeli, você tem razão, mas veja nos links que há mais outros além dele.
      E vou ver seu trabalho. Gostaria que me mandasse fotos ou autorizasse a mim a coloca-las aqui.
      Novamente, muito obrigado. Se precisar de algo, mande um e-mail para o forteapachedemadeira@gmail.com, ok.

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  2. Meu amigo Solomon !! Já tive a honra de adquirir produtos seus , e estou plenamente satisfeito com eles . São todos de primeira qualidade , e em breve vou pedi outros produtos . Vc nos faz voltar a infância , com brinquedos de faroeste . Eles são perfeitos e nos agradam ao toque e ao visual também ! Obrigado pela oportunidade que nos dá em retornarmos ao passodo e ainda de tudo , podermoa relembrar nossas brincadeiras .Um forte abraço , e até breve , meu amigo , com novos pedidos ! Fica com Deus !! Tadeu Buono !!

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