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sexta-feira, 14 de junho de 2013

ANALISE DA CARROÇA CASABLANCA

      Estava pesquisando fotos de carroça Casablanca no Google e apareceram essas aí de baixo. Vou aproveitar para analisar alguns aspectos desses brinquedos. Como sabem, eu gostaria de copiar fielmente uma dessas para quem desejasse. Olhando atentamente, vejo que terei muito trabalho.


Olhando atentamente, podemos ver que a lona é de um pano bem parecido com um linho com poucos fios, costurado com linha amarelo. O modo de amarrar é simplesmente unir as pontas dos cordões que passam por dentro da lona na parte dianteira e traseira. Os ilhoses parecem ser de latão, já que não apresentam ferrugem. A madeira, provavelmente de pinho, parece ser a sobra das paliçadas dos fortes. O fundo é de compensado, mas já vi, em outros modelos de outras marcas, de Eucatex (R).


Detalhe da amarração da lona e do fundo da caçamba. 


Podemos ver acima o barril que vinha em algumas carroças. É de plástico. Durante muito tempo pensei que fosse de madeira.


Os eixos são da mesma espessura e largura, só que o dianteiro fica deitado e o traseiro em pé. Isso é para compensar o tamanho diferente das rodas dianteira e traseira. Além disso, tudo é pregado. Não se usa cola.


Na foto acima podemos ver bem as laterais. Não havia uma preocupação com a simetria, tanto que as laterais são cortadas de partes diferentes e parecem mesmo aproveitamento de sobras. Notem a lateral direita ao nosso olhar: há uma rebarba indicando o próximo gomo arredondado.


A madeira onde prendemos o cambão dos cavalos parece ter um formato trapezoidal, como dos "gelos baianos" nas estradas. O cordão que prende a lona nas laterais é passado alternadamente entre os ilhoses e os pregos das laterais. As rodas são pregadas. Os pregos são comuns, sem revestimento de zinco, ao contrário dos aros da cobertura. Podemos ver claramente a oxidação do zinco na foto acima.

CONCLUSÃO: Apesar de bonita, o brinquedo é um tanto tosco. E é isso mesmo que dá o seu valor e seu charme. Eu poderia copiar centenas delas e nunca atingir essa "imperfeição" tão perfeita. Bem que vou tentar, mas sinceramente, duvido que consiga chegar muito perto de fazer uma igual.

TRÊS DÉCADAS DEPOIS

        

         Eu não me lembro em que ano foi. Talves em 1977, um anos antes ou depois, realmente não vou lembrar quando. Mas lembro como. Eu já havia visto a carroça marrom, com duas parelhas de cavalos brancos na loja Miscelânia, do nosso vizinho, o "Seu Paulo". Acostumado com os magrinhos, aqueles eram os cavalos mais bonitos que eu havia visto.
         Levou um tempo pra arrumar o dinheiro, que era ganho da minha mãe ou da minha tia em pequenas quantidades por tarefas que eu desempenhava em casa, ajudando aqui e ali na lida doméstica.Quando eu consegui o suficiente fui correndo comprar. Veio num saco de plástico, com um papelão para pendurar no expositor grampeado nele.
         Não recordo agora se veio alguma figura, mas eu adorava colocar um cowboy atirando de lado nela. Para isso eu aboli a lona e ele ficava sentado no banco da frete ou na traseira da carroça atirando em seus perseguidores.
         O tempo foi passando e a carroça, brincada ao extremo, começou a se desfazer. Ora caia uma roda, ora outra, sem falar das vezes que eu desmontava tudo para compor cenas de brincadeira. Era comum uma roda cair durante uma perseguição, uma cena famosa nos bang-bang que assistia com meu pai.
         Mais tempo se passou e me ocorreu a infeliz ideia de transformar os cavalos com arreios em selvagens. Sem pensar muito, raspei os arreios com um ferro quente e marquei um "S" nos traseiros, já que eles eles haviam sido capturados e domesticados.
         Perdida, doada, destruída ou jogada no lixo em algum momento. Eu não sei o que se sucedeu, mas guardei três rodas e os cavalos por um tempo e as tenho até hoje. Mas faltava a carroça completa. E aí eu achei uma, mas que não comprei porque era vermelho e só tinha dois cavalos e era cara. Bom, pelo menos eu não tinha o dinheiro no dia.
         Ai, outro dia, achei uma no Mercado Livre, infelizmente vermelho também. Mas, vermelho ou não, eu resolvi participar do leilão e para minha surpresa, ninguém acompanhou. Sinceramente ela estava meio carinha mesmo, mas é o que apareceu, e duvido que apareça outra nesse estado tão cedo. Se parecer, torço para que seja num preço mais baixo para alegria de alguém.
         Então, aqui estão as fotos dela, do anúncio, pois ainda não chegou e vou demorar mais vinte dias pelo menos para tê-la em minhas mãos. Quando eu puder, vou refazer a lona e postar as fotos aqui.
       
         08/07/2013 - Pois bem, aqui estou escrevendo estas linhas para dizer que esta carroça chegou a minha casa enquanto eu viajava. Quando eu abri o pacote e via a peça quase não acreditei no estado de conservação. Parecia que havia sido tirada da embalagem há pouco tempo. O vermelho é tão natural quanto o de uma peça nova. As rodas estão, todas, sem um arranhão que mereça atenção. As traves dos cavalos estão com um tom de marrom vivo como se tivessem sido desformados recentemente. E os cavalos estão maravilhosos, com os arreios e cascos pintados ainda com a tinta original sem estarem muito descascados.
Uma peça maravilhosa!!!!!
   




As fotos abaixo são do Mercado Livre, de outra carroça vendida há alguns meses atrás. Pretendo copiar a lona do mesmo jeito, com o mesmo tecido.








terça-feira, 11 de junho de 2013

SETS DO RÉGIS

         Algumas fotos dos sets que o Régis tem montados em sua casa. Gostei muito desse hotel, que pode ser transformado também em um saloon. Certamente vai servir de base para alguma construção minha alguma hora dessas. Parabéns ao Régis pela dedicação.










MAIS QUE UMA BRINCADEIRA DE CRIANÇA

           Para alguns e nós, quando éramos crianças, a brincadeira com os artefatos ligados ao assunto Forte Apache era uma guerra entre os soldados e índios, entre cowboys ladrões e mocinhos, entre os índios e outros índios. Juntávamos um ou mais amigos, pegávamos alguns "bonequinhos" e saíamos para a rua, para a sala, para qualquer lugar onde montávamos nossas cenas, muitas delas inspiradas por nossos seriados preferidos. Se era uma luta justa ou não para qualquer dos lados, isso nunca importava em nosso universo. Não existia uma guerra real e uma maldade verídica. Era tudo uma invenção, de qualquer jeito.
           Com o tempo, a vinda de novos brinquedos, de novas responsabilidades, essas brincadeiras foram ficando de lado, mas não esquecidas. Eu mesmo montava sets de soldadinhos da II guerra de um lado e outro e atirava bolinhas de nas formações, nas construções que eu fazia de tábuas de caixas de feira. Eu já andava com 15 anos na época, se bem me lembro. Foi com essa idade que dei meu primeiro tiro de chumbinho num soldadinho, nas pedras atrás de casa. Logo troquei eles pelos ratos que passavam de um lado para o outro atrás do milho dado às galinhas do meu pai.
          Mais tempo se passou, os soldadinhos foram para um saco, a carabina foi vendida, trocado o dinheiro por uma prancha de surfe, veio outra, mais uma de mergulho, outras atividades, casamento, filhos e os soldadinhos lá, numa caixa, junto da África Misteriosa, Tarzan, e duas centenas de animais das Áfricas Negra e Branca, das Américas, da Europa e até do Ártico. O Forte Apache, ou Arizona, perdeu-se. E perderam-se algumas figuras de soldados, índios e cowboys. Nunca me lembrei se os dei, sumiram, foram doados.
         Foi em 2005, dando uma volta pelo Mercado Livre, que vi um Forte Apache, destes de plástico, para vender. Comprei e usei as figuras para compor um forte gigante para meu filho, então com 4 anos. Esperava que ele fosse brincar com ele mais tarde. E brincou, algumas vezes, bem poucas.
         Foi então que decidi fazer uma pequena coleção e ampliar o número de figuras. Fiz outro forte, consegui mais umas figuras, construí um set magnífico exposto por uma semana nas dependências do prédio onde trabalho, vendi para um colecionador novo e fiquei muito tempo sem fazer nada parecido.
        Essa história é para entrar em outro assunto: Por que temos esse tipo de coleção? Brincamos com "bonequinhos"? Não é uma brincadeira, ou é? Montar um set é ou não brincar de soldados? O que é o nosso hobby? O que é realmente a nossa brincadeira?
        Não sei dos outros, mas montar um cenário é mais que viajar no tempo. É exercitar a imaginação, é resgatar parte da nossa história, uma história que está sendo esquecida e corre o risco de não ser contada às gerações que virão daqui um tempo. Ficará escrita em algum lugar, mas não será lembrada no todo. Contarão que existiu um seriado ou outro sobre alguns soldados num forte meio real, meio imaginário, mas será só isso. Não se contarão histórias sobre nossas brincadeiras. Das vitórias dos índios rosados contra soldados azuizinhos dentro de uma paliçada de troncos "deitados", escondidos numa guarita minúscula e sem porta, mas que na nossa imaginação comportava meia dúzia de valentes combatentes.
        Nosso passatempo é esse então. Resgate de infância, de história, de uma alegria por vezes esquecida no passado. Para alguns de nós é isso, uma volta ao passado. Há comércio, é verdade, mas isso é outra discussão e não cabe aqui.
        Brincando ou não de "bonequinhos", estamos felizes, e isso é o que importa. Bem vindos ao clube aqueles que são novos nesse mundo e saudações aos que estão há tempos por aqui.
        Um grande abraço.

     





sábado, 8 de junho de 2013

PINTURA DAS PEÇAS - COISA DÍFICIL

       Para tirar algumas dúvidas, estou postando sobre a difícil arte de pintar peças e mais ainda, de agradar ao público.
       As peças de madeira dos fortes, das fazendas, as carrocinhas e outros era geralmente pintado com uma tinta impregnante , que tingia a madeira mais do que pintava. À primeira vista parece anilina dissolvida em álcool, e segundo aqueles a quem consultei, é isso ou em água quente. Álcool é mais rápido e por isso uso esse modo. Tentei dissolver em thinners e misturar com selador fundo para móveis. Fica bom, permanente, mas não dá para fazer retoques, tem que lixar para dar outra mão. Não é usual.
        Um outro fator a considerar são as opções de cores nas anilinas. Aqui em Florianópolis, eu custei a encontra o amarelo certo. Por acaso eu passei na frete de uma loja e perguntei. O vendedor tinha lá um pote que me deu. Amarelo ouro tem, mas não é indicado. Tem que ser outro tom. Vermelho Encarnado foi o que encontrei, mas ele adquire tonalidade diferente em álcool ou thinner + selador, então prefira o álcool. Além disso, dá pra misturar o mogno com vermelho, atingindo um vermelho mais roxinho. Eu prefiro assim.
        Outras tintas podem ser utilizadas. Certa vez usei, nos telhados e nas paredes de uma casinha, tinta acrílica de artesanato ou para pinturas de parede de alvenaria. A vantagem é que você compra branca e um monte de bisnagas de corante e pinta da cor que quiser, no tom que quiser. Passando um selador por cima, fica muito bonito, e dá um ar de plastificado sem brilho, mas deve-se usar polistein, da Sayerlack. Mais do que isso, dá para fazer uma série de efeitos com betume para dar um ar de envelhecimento. O próprio Osmocolor, em tom de mogno, passado por cima do vermelho vivo, em pinceladas esparsas ou com uma bucha, suja o mesmo num tom envelhecido, como se o telhado estivesse manchado pelo tempo.
       Uma técnica que ainda não fiz, mas que quero fazer para um forte meu mesmo é pintar com com tinta acrílica acinzentada ou beje e passar betume com álcool. Isso vai dar um ar de madeira manchada. Vou fazer, é claro, algumas experiências antes para determinar a cor certa.
      Uma outra técnica que fiz e deu certo foi escurecer os fortes com Osmocolor em tom de marrom, como o nogueira e passar o Polistein transparente por cima. Uma mão de cada e parece que tem um filme plástico por cima, como a vantagem de ser imune á água e poder ser lavado se criar poeira, embora eu não recomende molhar demais.
      O betume com álcool é recomendado para escurecer as peças e deixá-las com cor de muito velho. Nunca fiz, porque uso madeira escura vez por outra e basta pintar com um impregnante para ela ficar mais escura. Pó de café usado também é legal para isso.
       Pode-se ainda usar produtos naturais para tingimento, como urucum para o vermelho, pinhão, joão bolão e tantas outras sementes e frutas para diverso tons. Basta uma pequena pesquisa no ggogle para isso, sendo desnecessário falar a respeito.
       Bom, é isso aí. Se alguém contribuir, vou aumentando o tópico.
     


       

quinta-feira, 6 de junho de 2013

NOVA ENCOMENDA DO SYLVIO

       Depois de ter encomendado um forte há tempos atrás, nosso amigo Sylvio fez contato e encomendou essas peças das fotos abaixo. São a casa do conjunto Ponderoza, a cruz do conjunto Zorro, o mastro e guaritas do forte Rim Tim Tim e duas carroças, uma com e outra sem cobertura.
       Uma coisa que fiz por conta foi tingir os eixos das carroças de amarelo, contrastando assim com a pintura vermelho e pinhão da carroceria.
       O portal vai ser, a partir de agora, um item que pretendo fazer para ter em estoque junto com cercas para montar uma fazenda. É um projeto antigo fazer fazendinhas e compô-las com personagens Gulliver ou Britains ou outros.
       Pretendo aproveita a ideia dessas guaritas para usar parecidas como prisões para os fortes ou até mesmo como paiol de munição ou víveres.